O primeiro papparazzi conhecido morreu em Auschwitz e, como tal, podemos deduzir que a profissão não remonta aos tempos da Antiguidade. Um papparazzi nunca será tão reconhecido quanto as pessoas que fotografa e a quem, na maioria das vezes, rouba algo. Irrompe pelo espaço privado para fazer uma espécie de assalto à intimidade das caras conhecidas.
Ainda há uns dias atrás, Nicole Kidman e Keith Urban pediam para que não os fotografassem de modo a poderem gozar um período de descanso em família em paz. Paz é palavra que os papparazzo parecem não ter aprendido na escola primária.
Críticas à parte, vamos à parte interessante deste post. Está, a partir de hoje, patente na fundação Helmut Newton em Berlim, uma exposição que inverte os papéis e mostra fotografias de papparazzo em plena acção.
Mesmo que não passe por aqui um leitor português com a sorte de andar por Berlim, vale a pena ver a amostra que o El Pais deixou disponível online. Ali em cima podem já ver Marlon Brando ( que nuestros ermanos da dita publicação insistem em chamar Marlon Brandon) com um perseguidor atrás de si, bem protegido, por sinal.
Aqueles que não toleram doses de ternura industriais...
Aqueles que não gostam de filmes de animação que nem sequer deviam ficar presos a um rótulo e, cá entre nós, deviam concorrer à categoria de melhor filme (ponto) em todos os prémios com alguma credibilidade...
Aqueles que não são apreciadores de maravilhas visuais e de talento inigualável para dar vida a criaturas que, à partida, não a deveriam ter...
Aqueles que preferem ficar em casa a ver O Preço Certo em Euros em vez de assistir a uma história ímpar que funciona na perfeição praticamente sem recorrer a diálogos...
Evitem ir ver Wall.E a partir do próximo dia 14. E não é que o sacana do filme é mesmo (mas MESMO) bom!
Este é um daqueles posts que fogem ao tema a que, por hábito, costumo tratar nos rascunhos que aqui vou deixando. E, para quem segue o Elite, é fácil deduzir que, para não ser sobre cinema, este post deve tratar algo de muito especial. Acertaram.
O pequeno mas formidável Camané, e os extraordinários pianistas Bernardo Sassetti e Mário Laginha juntam-se hoje no Grande Auditório do CCB para um espectáculo único a que chamaram "Vadios". A conversa com os senhores foi deliciosa e deu para ficar com uma ideia do que promete todo o espectáculo.
Duvido que ainda haja por aí bilhetes à solta mas, se os encontrarem, não percam a oportunidade.
A partir de amanhã, Lisboa vira indie. O Festival de Cinema Independente da capital já vai na 5ª edição e promete esgotar muitas salas ao longo dos dias em que vai andar pelo eixo da Avenida de Roma e pelo muito central S. Jorge.
A propósito disso achei que valia a pena perceber em que ponto está o conceito de indie e como é ser indie em Portugal. Eu e o Gonçalo falámos com alguns senhores (e senhora) destas coisas do cinema, em alguns casos em presença, noutros à distância, e o resultado foi este.
Não fica só a reportagem central. Acrescentam-se duas conversas com o Reino Unido. Uma com a realizadora Cláudia Tomaz, agora por lá a fazer o seu cinema, e outra com o escriba residente sobre box office da Sight and Sound, Charles Gant (que, por sinal, tem amigos brasileiros para lhe traduzirem a reportagem). Acho que o trabalhinho compensou. Daqui sigo para a maratona do Indie. Vemo-nos por lá.
A partir de 4a feira, e depois do recente European Film Festival, o cinema regressa ao Casino Estoril. Confesso que não me sinto em casa a ver um filme no casino. Prefiro as salas no coração de Lisboa. Às vezes as mais antigas, noutras ocasiões os multiplexes com público sossegado.
No entanto, será sempre mais um cantinho para a sétima arte que, com o nome associado ao European Film Festival, pode vir a tornar-se num espaço interessante.
O casino diz que «O Teatro-Auditório recebeu significativos melhoramentos, quer ao nível técnico, quer no tocante ao conforto para os espectadores, dotando este espaço com as condições necessárias ao reforço da sua polivalência, designadamente para exibição cinematográfica».
As sessões começam com a antestreia de 10.000 a.C. e prosseguirão com The Bucket List.
Nota: Fujam de 10.000 a.C. Não tem ponto por onde se lhe pegue.
Nunca alguém se lembrou de tornar em filme a história do assassinato do rei D. Carlos e do príncipe D. Luís. No entanto, a Cinemateca encarregou-se, para assinalar os cem anos do regicídio, de organizar um ciclo dedicado a um tema que pode chegar a parecer mórbido.
"Regicídios" é o nome da programação composta por doze filmes sobre «outras vítimas dos combates da história que tiveram lugar ao longo dos séculos um pouco por todo o mundo, desde Júlio César ao czar Nicolau II».
Do regicídio português só virá um pequeno filme mudo que em Fevereiro de 1908 registou os funerais dos monarcas.
Estreia amanhã no Teatro da Comuna a reposição de "Do desassossego". Sete anos depois de ter estado em cena, regressa a peça inspirada no Livro do desassossego de Fernando Pessoa, encenada por João Mota e com o actor Carlos Paulo como protagonista (num desdobramento de um talento inconfundível).
Estive lá esta tarde para o ensaio de imprensa e, chegada a casa, senti-me na obrigação de passar palavra sobre ela. É incrível como o texto se mantém actual e como saímos dali a pensar nos nossos desassossegos. Diários, quotidianos, maiores, assustadores.
Nos próximos dias 25 e 26 de Janeiro, o realizador e música Emir Kusturica traz a sua No smoking orchestra de volta a Portugal para dois espectáculos nos Coliseus. Estarei lá e, se tudo correr bem, conversarei com o senhor. Depois trago-vos o resultado.
1 e 2 de Dezembro - As Produções Fictícias acharam que faria sentido, com o crescimento do mundo dos pequenos ecrãs, fazer um festival onde todos pudessem participar com os seus pequenos filmes para pequenos ecrãs. Em 3 minutos e 100Mb, no cinema São Jorge.
Começa no dia 18 e promete esgotar! Por minha parte vou à luta para conseguir ver When the Levees Broke, Sicko, Manufacturing dissent e Taxi to the dark side.