- Sim, Hugh Jackman é um grande apresentador (e digo isto sem qualquer parcialidade própria da minha condição feminina).
- Sim, o número de abertura foi dos melhores que vimos desde há uns bons tempos. Dança techno para O Leitor é qualquer coisa de inesquecível.
- Sim, foi comovente ver a família de Heath Ledger a receber o Óscar póstumo. Foi comovente para nós e para todos os que estavam sentados no Kodak Theatre e deixaram escapar uma lagrimazinha na altura.
-Sim, já era tempo de Kate Winslet vencer o Óscar. A forma convicta como sobe ao palco é a cereja no topo do bolo.
-Sim, é bonito o momento em que Sean Penn dá a redenção pública a Mickey Rourke, chamando-o de irmão e felicitando-o pelo seu regresso.
-Sim, Ben Stiller estava mesmo a imitar a figura triste que Joaquin Phoenix fez junto de David Letterman há uns dias atrás.
- E, sim, é bom ver que a Academia está aberta a novas opções e até já premeia pequenos grandes filmes como Quem Quer Ser Bilionário?
Para o ano há mais. Se quiserem detalhes rigorosos passem por aqui.
O The Guardian colocou hoje online uma série de treze misturadas de palavras que correspondem a treze discursos de vencedores de Óscares. A ideia é, no meio da confusão, tentar adivinhar a quem pertencem.
A Pixar!
Paremos um minuto para uma breve reflexão. Recordam-se de algo que tenha saído dos Estúdios Pixar com fraca qualidade? Ou medíocre? Ou mesmo, vá lá, mediana?
A proeza é incrível mas aconteceu de facto. Nove longas-metragens irrepreensíveis com Toy Story a marcar uma profunda viragem na animação e, a partir daí, com quase todas as outras a introduzirem elementos novos e surpreendentes. Mais uma batelada de curtas-metragens (muitas servem de "treino" àqueles que vão ser os futuros grandes realizadores do estúdio) que seguem a mesma linha de exigência.
O presidente do Festival de Cinema de Veneza, Paolo Baratta, anunciou hoje que, a título excepcional, o Leão de Ouro de carreira deste ano distinguirá John Lasseter, mas também todos os realizadores que integram o visionário estúdio de cinema de animação.
Pois, que bela excepção esta. Pelo menos que haja alguém a reconhecer o mérito da Pixar para além do rótulo "melhor na categoria de animação".
Nota: E a décima longa-metragem já vem a caminho...
Foram 13 nomeações as reservadas para O Estranho Caso de Benjamin Button, de David Fincher. No habitual cenário, o presidente da Academia Sid Ganis e o também membro Forest Whitaker anunciaram há poucas horas os felizes contemplados com nomeações para os Óscares e, confirmaram muitas das expectativas criadas.
O Estranho Caso de Benjamin Button é uma obra ao gosto da Academia mas, na humilde opinião desta que vos escreve, o seu destino na noite de 22 de Fevereiro vai ser um de dois: ou limpa quase todos os prémios para que está nomeado, ou levará poucas ou nenhumas estatuetas. Apenas um palpite.
A concorrer para Melhor Filme, apenas uma carta fora do baralho: The Reader, de Stephen Daldry. Frost/Nixon, Slumdog Millionaire, Milk e Benjamin Button já eram nomeações prováveis. E curiosamente, este ano temos dobradinha nas nomeações para Melhor Filme e Melhor Realizador. Stephen Daldry, Ron Howard, Danny Boyle, Gus Van Sant e David Fincher têm o nome na lista para o prémio de Melhor Realização e vêem os seus filmes nos nomeados para Melhor Filme.
Kate Winslet volta a ser nomeada para Actriz Principal, tendo de concorrer com nomes como Meryl Streep e Angelina Jolie, mas, inesperadamente, recebe a nomeação por The Reader e não por Revolutionary Road, como seria de esperar. De resto, o filme de Sam Mendes talvez tenha sido, injustamente, a ausência mais notada, visto que apenas compete na categoria de Guarda-Roupa e vê Michael Shannon a ser nomeado para Melhor Actor Secundário.
Quanto a Heath Ledger, nada de novo (e vai levar o prémio, claro).
Depois, Wall-E lá tem a nomeação (e vai levar a estatueta, claro) na categoria de Melhor Longa-Metragem de Animação (como merecia estar entre os nomeados para Melhor Filme, oh como merecia!) e A Valsa com Bashir surge perdido apenas no meio dos concorrentes a Melhor Filme de Língua Estrangeira. Nada de surpreendente, portanto.
Note-se uma pequena agradável surpresa. Penélope Cruz foi nomeada para Melhor Actriz Secundária pelo seu papel tresloucado em Vicky Cristina Barcelona.
Agora, resta-nos esperar até ao próxima dia 22 de Fevereiro, onde imperarão o café e as emoções fortes. É que não há noite como a noite dos Óscares, meus caros. Não há.
Podem conferir todas as nomeações aqui.
Ainda que não tenha ficado acordada para ver a cerimónia, ao acordar a curiosidade estava aguçada e o dia de trabalho começou com, pelo menos, uma boa notícia. Depois de cinco nomeações em que tinha falhado a vitória, Kate Winslet levou finalmente um Globo de Ouro. Melhor, levou dois. Um para Melhor Actriz por Revolutionary Road e outro para Melhor Actriz Secundária por The Reader. A foto mostra tudo.
Mickey Rourke, tal como já se esperava arrecadou o troféu para Melhor Actor por The Wrestler, e Danny Boyle viu o seu Slumdog Millionaire vencer os Globos para Melhor Filme Dramático, Melhor Realização, Melhor Banda Sonora e Melhor Argumento Original.
Foi Christopher Nolan quem subiu ao palco para receber o Globo para Melhor Actor Secundário no lugar de Heath Ledger, confirmando assim as previsões de que o globo póstumo tomaria mesmo forma.
Renegados para categorias que não são suficientemente justas para os acolher, Wall.E venceu na Animação e A Valsa com Bashir levou o galardão para Melhor Filme Estrangeiro.
No lado mais bem disposto da festa, foi Woody Allen a ver o seu Vicky Cristina Barcelona a ganhar o prémio para Melhor Comédia ou Musical e Sally Hawkins a ser considerada a Melhor Actriz do universo risonho, pela interpretação em Happy-Go-Lucky.
Será que os Óscares também vão ser o ano do "finalmente" para Kate Winslet?
Estou demasiado transformada em criança para escrever opiniões sobre os nomeados para os Globos de Ouro. Deixamos isso para mais tarde que eu ainda estou a digerir a notícia. Se quiserem ir sabendo quem está na corrida, os felizardos estão aqui.
...o provável (quase assumido) vencedor Wall-E, na categoria de Melhor Filme de Animação nos Óscares deste ano, vão estar:
-Madagascar: Escape 2 Africa
-Kung-Fu Panda
-Waltz With Bashir
-The Tale Of Despereaux
-Dr. Seuss’ Horton Hears A Who!
-Bolt
-Delgo
-Fly Me To The Moon
-Igor
-Dragon Hunters
-$9.99
-The Sky Crawlers
-Sword Of The Stranger
São catorze ao todo mas só três conseguirão chegar à lista de nomeados apresentada lá para Janeiro.
Apostas sobre quem acompanhará Wall-E? Por estas bandas apostamos em Waltz with Bashir e Horton Hears a Who (ou será Kung Fu Panda?).
Estamos a aproximar-nos do final do ano, tempo ideal para os estúdios de Hollywood jogarem os seus trunfos mais valiosos. A verdade é que uma boa promoção (em Portugal preferimos chamar-lhe "vender o peixe") nunca fez mal a um filme e, com uma ponta de sorte, até lhe pode valer algumas nomeações para os Óscares. Os candidatos a candidatos são muitos e é preciso entrar na corrida o quanto antes para mostrar quem é o melhor ou, pelo menos, quem melhor sabe mexer cordelinhos.
Primeiro, e à frente na fila para entrar nestes post, está a insistência da Disney/Pixar para que Wall-E concorra, não na lista para melhor filme de animação, mas nas nomeações para Melhor Filme. Recorde-se que só A Bela e o Monstro conseguiu chegar aos candidatos nessa categoria. O Elite Criativa faz como o New York Times fez com Obama e apoia a campanha para Wall-E.
Já a Paramount está convencida de que Robert Downey Jr. pode e deve receber uma nomeação e até lança duas hipóteses: ou para Melhor Actor pelo papel de Tony Stark em Iron Man, ou para Melhor Actor Secundário em Tropic Thunder. Claro que incontornável é o burburinho que se tem gerado em torno do desempenho de Heath Ledger em The Dark Knight. Convenhamos que, ao contrário do que acontece com as probabilidades para Downey Jr., Ledger parece estar na frente para vencer um Óscar póstumo.
Quanto a outros filmes em que ainda não pusemos a vista em cima mas que parecem começar a pôr-se a jeito para a nomeação, podemos listar exemplos como Frost/Nixon, de Ron Howard, The Curious Case of Benjamin Button, de David Fincher (ou muito me engano ou este vai ser uma daqueles «filmes-para-constar-da-galeria-de-obras-cinematográficas-perfeitas-para-Inês-Mendes»), ou Australia, de Baz Luhrman.
Cá estarei em pulgas para acompanhar novos desenvolvimentos. Façam as vossas apostas.
Podem ver um artigo do NY Times sobre o tema aqui.
Mais do que a glória para 30 Rock, Mad Men e John Adams, esta última a primeira mini-série a bater o recorde de Anjos na América que foi também o motivo para um hilariante discurso de Paul Giamatti, o momento a recordar da noite dos Emmys deste ano acontece com esta maravilhosa actuação de Josh Groban. Um daqueles medleys para puxar pela nostalgia. Ora cantem todos com ele.
Confesso que ando ligeiramente a leste no que diz respeito a séries. Houve uma altura em que tudo o que saía de novo, Inês Mendes arranjava forma de ver mas, agora, entre o trabalho, os muitos filmes para ver e a necessidade primordial de socialização, deixei-me disso.
Para terem uma ideia, terminei agora de ver a primeira temporada de Extras, cujo DVD está confortavelmente em minha casa há coisa de dois ou três meses (podes mandar vir o próximo, Frederico).
Isto tudo para dizer que prefiro não assumir uma postura opinatória sobre os nomeados e, como tal, apenas vos informo que 30 Rock e Mad Men estão na frente da corrida aos Emmys com 17 e 16 nomeações respectivamente. Apesar disso, o recorde está com a mini-série John Adams que conseguiu reunir 23 nomeações.
E agora, para os mais curiosos ou para os que se sentirem no direito de opinar, aqui fica a lista completa de nomeados. Sintam-se à vontade para barafustar na caixa de comentários.
Não sou rapariga para este tipo de apelos mas já que inscrevi o estaminé nos Super Bock Blog Awards, deixo o link para a eventualidade de algum dos transeuntes, por alguma obra do destino, achar que a minha humilde casinha na web merece um voto.
É só clicar aqui em baixo.
A Academia reuniu-se e anunciou os sortudos vencedores. Os irmãos Coen foram os senhores da noite com direito a honras para melhor filme e melhores realizadores por Este país não é para velhos. Haverá Sangue levou duas estatuetas mas o cineasta Paul Thomas Anderson saiu de mãos a abanar. No departamento dos actores, todos os oscarizados têm uma particularidade: não são americanos.
No Kodak Theatre, a noite não foi de grandes surpresas nem de grandes números. O grande vencedor da 80ª edição dos Óscares levou para casa quatro das principais estatuetas e deu aos realizadores e argumentistas Joel e Ethan Coen a recompensa por Este país não é para velhos.
A fita, que chega a Portugal apenas esta semana, venceu nas categorias de melhor filme, melhor realização, melhor argumento adaptado e ofereceu a Javier Bardem o prémio para melhor actor secundário pelo trabalho como um sociopata assassino. Os irmãos Coen discursaram à sua maneira, de forma descontraída, e arrancaram algumas gargalhadas da plateia.
A vitória de Daniel Day-Lewis confirmou as apostas na categoria de melhor actor e somou uma das conquistas para Haverá Sangue de Paul Thomas Anderson. A fita, que era uma das favoritas da noite, terminou apenas com dois Óscares: o de melhor actor e melhor fotografia. Este ainda não foi o ano do realizador de Magnólia.
No campo dos actores, as vitórias poderão ser entendidas como um gesto de maior abertura por parte da Academia visto que, nenhum dos premiados é americano.
O inglês Daniel Day-Lewis recebeu o prémio para melhor actor das mãos da rainha, Helen Mirren, e a francesa Marion Cotillard recebeu a estatueta para melhor actriz por La Vie en Rose, representando uma das poucas surpresas numa categoria que muitos apontavam como certa para Julie Christie.
Do lado dos actores secundários, para além do espanhol Javier Bardem, foi Tilda Swinton a subir ao palco para discursar. A britânica dedicou o prémio ao seu agente que disse ser igual à figura do homem dourado que tinha na mão.
Para Juno, tal como aconteceu no ano passado com Little Miss Sunshine, estava reservada a distinção para melhor argumento original. A ex-stripper e blogger Diablo Cody fez aquele que foi o agradecimento mais emocionado do serão não esquecendo de fazer referência “à sobre-humana Ellen Page” pelo seu desempenho no filme.
Ratatui foi, como todos esperavam, o melhor filme de animação e colocou Brad Bird a agradecer a “todos os sonhadores que apoiaram um rato que sonha”.
Da parte de Michael Moore não houve discurso aceso já que, na categoria de melhor documentário, foi Taxi to the dark side a vencer. Os responsáveis pelo filme sobre os métodos de interrogatório norte-americanos não perderam a oportunidade para criticar a actual administração do Estados Unidos mas não da forma efusiva a que o realizador de Sicko nos tinha habituado.
A conduzir a 80ª cerimónia dos prémios da Academia esteve um estável Jon Stewart que começou a abertura da festa com uma frase a respeito do final da greve dos argumentistas: “A luta acabou. Esta noite, são bem-vindos ao sexo de reconciliação”.
80 cerimónias depois foram entregues as 24 estatuetas e o Óscar honorário, num ano em que, a fechar o habitual vídeo in memoriam, esteve a imagem de Heath Ledger acompanhada pelo som dos aplausos de toda a plateia.