Paris já foi cenário para as mais diversas histórias de amor. Nesta, a cidade provoca o encontro entre um empresário e uma artista. Os dois muito diferentes e os dois muito fechados para o mundo. Poderá ser amor? não traz nada de novo mas faz o espectador acreditar que a história que está a ouvir podia bem acontecer no apartamento do lado. Quando o romantismo parece palpável.
Na eterna cidade de Paris, a artista Elsa (Sandrine Bonnaire) tem no seu próximo projecto uma obra em cerâmica para uma empresa. O dono, Lucas (Vincent Lindon) é um empresário endinheirado, um quarentão vivido e um homem desconfiado. A última vez que se apaixonou, a mulher em causa revelou ser uma espia traidora.
Apesar de se mostrar mais do que interessado em conhecer melhor a artista que lhe desarrumou o escritório, Lucas é mais inseguro do que apaixonado. Por essa razão, pede a um funcionário invulgar para que se assegure de que Elsa é uma dama de confiança. O conflito é esconder de Elsa a dita investigação.
É romance, sem dúvida, mas um romance tão «next door» que atravessa todos os medos que um casal de meia idade poderá encontrar ao descobrir de novo que ainda se pode apaixonar. Sem ambições grandiosas nem provas de amor demasiado exaltadas, o filme transporta uma aura aconchegante e, aqui e ali, cortante no humor.
No final, poderá o espectador apaixonar-se por ele? Mesmo que o consumo seja rápido, não ficará decerto a odiá-lo.