Segunda-feira, 4 de Maio de 2009
Os críticos do NY Times decidiram usar o seu espaço de direito e compilar os recados que cada um gostaria de deixar em Hollywood. Pedidos, desejos, notas soltas sobre o que gostariam que os senhores do cinema tivessem em conta durante o exercício da sua profissão.
Vale a pena a leitura. Espreitem AQUI.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 09:17
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Segunda-feira, 5 de Maio de 2008
O artigo é do
NY Times e, só com o título, teve o condão de me fazer parar para o ler. A pergunta impõe-se este Verão:
Is there a real woman in this multiplex?
O assunto a tratar tem motivos particularmente femininos. Aliás, a autora do artigo é uma senhora. Uma mulher que reivindica mais papéis para mulheres na lista de filmes para esta temporada quente. Diz Manohla Dargis que a melhor forma que Hollywood parece ter encontrado para lidar com os seus
"female troubles" terá sido não incluir mulheres nos filmes.
Iron Man (masculino),
Batman (homem),
Hulk (um homem verde e zangado). São todos homens e, se quisermos ser preconceituosos, são todos feitos para um público masculino mas acabam a abranger um público feminino pela notoriedade dos seus protagonistas. Comercialmente, será assim que se passa.
Pois esta senhora (esta que agora vos escreve no
Elite) não tem qualquer argumento contra esta realidade de Verão em que super-heróis e
Indiana Jones (sim, porque o senhor Indy tem obrigatoriamente um estatuto à parte que lhe dá direito a uma categoria individual) invadem os cinemas.
Não há senhoras? Muito bem. Há senhores com fartura? Sim, senhor. Mais importante: a estratégia não me parece propositada. Diria antes que partir para filmes destes é pura e simplesmente uma táctica inteligente. Se as mulheres ficam para trás no casting, o mal parece menor. Que sejam apenas damas em apuros se isso for preciso para termos histórias destas no ecrã.
E agora permito às meninas que passam por este blog que me maltratem. Sim, eu gosto destas coisas dos super-heróis e dos filmes do Judd Apatow sobre amigalhaços machistas. Até podemos ir para os dramas. Também referidos no artigo estão
There Will be blood ou
No country for old men. Se houvesse uma legislação em relação a este tema, a primeira lei diria
"Mulheres não são protagonistas em PTA e irmãos Coen mas são obrigadas por lei a gostar dos filmes". Mas isto seria eu a dizer.
Podem ler o artigo completo
aqui.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 15:50
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Domingo, 20 de Abril de 2008
Bastou-me esta entrada para ficar a ler o resto do artigo:
Got a problem with fascist dictators, drug addicts or people not sticking their empty cereal packets in the recycling bin? That sounds like a job for... Superman! No, seriously.
É assim que começa uma peça do
The Guardian, a propósito da chegada de
Iron Man (e aqui o que importa), o aliado das Nações Unidas. Mas Tony Stark não é o único a partir para a salvação dos interesses institucionais e/ou valores morais.
Paul Gravett, do dito jornal, enumera alguns exemplos de super-heróis que, desde a II Guerra Mundial, vêm servindo fins propagandísticos. Nada contra, desde que a demagogia não passe por cima da história.
Ora veja-se o caso de
Super-Homem que chegou a ter uma edição com o título
How Superman Would End The War e a fazer voar Hitler e Estaline até ao Tribunal de Justiça em Genebra para os acusar de
"unprovoked aggression against defenceless countries".
Um ano depois, o
Captain America de
Joe Simon and Jack Kirby dava o tão desejado murro a Hitler.
Recorde-se ainda que, umas décadas depois, Stan Lee ignorou a proibição de mencionar drogas em BD e avisou os leitores dos seus perigos em
Homem-Aranha.
A questão não é nova, nem na BD, nem no cinema, nem na música (e por aí fora), mas há sempre um "obrigada" para alguém que traga à tona exemplos tão curiosos quanto estes. Agora que estamos no tempo de heróis (muito mais no cinema do que na BD), as mensagens continuam a ser tão visíveis quanto o eram há umas décadas?
Se clicarem na imagem do topo podem ver, ainda que uma qualidade fraquinha, o Super-Homem a dar uma valente tareia no Hitler.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 08:39
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Segunda-feira, 10 de Março de 2008
O
NY Times tem um precioso artigo que resume as andanças à volta do novo
Batman. Para quem não conhece Christopher Nolan dos tempos de
Memento, valerá a pena ler e perceber porque conseguiu fazer renascer o herói-morcego. Pouco CGI, tudo na rua...Porque o realismo de Nolan não acredita em cenários que não são palpáveis.
Para os que acham que a morte de Heath Ledger assombrou o filme, podem perceber aqui que apenas aumentou a dose de escuridão que ele já carregava (e, com todo o respeito por Ledger, isso vai ser positivo).
Percam uns minutinhos
aqui.Depois, se ainda houver tempo, passem por
este slideshow chamado
"Following Nolan".
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 14:03
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Segunda-feira, 4 de Fevereiro de 2008
O
NY Times listou as personagens que, por mais que o actor que as interpreta tenha de envelhecer, permanecem
"ageless action figures". O título
"forever hunky" é discutível mas a argumentação faz sentido. Senão reparem: Bruce Willis trouxe de volta John McClane; Silvester Stallone, os seus dois destruidores, Rocky e Rambo (eu sei que já disse mas evitem o último), e, ainda por estrear, Harrison Ford desenterrou o seu Indy.
Dave Kehr do
NY Times fala então das causas para esta maior longevidade. Com o botox e as mexidelas cirúrgicas como razões óbvias, há algo mais a justificar estes regressos. O período de carreira de uma estrela é cada vez maior. O público pede mais daquele actor de que tanto gosta ou daquela personagem que ficou para a história e há caras que assim se tornam são insubstítuiveis.
Consequentemente, os
leading men prolongam a sua geração.
Podem ver o artigo completo
aqui.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 13:42
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Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2008
Tal como a noite de ontem no Beverlly Hilton também o
Elite Criativa vai ser telegráfico em relação aos Globos de Ouro.
No que diz respeito a
Expiação. Ainda não tive oportunidade de o ver mas vozes que o viram dizem-me que sim, de facto o filme de Joe Wright merece prémios e a banda sonora do Dario Marianelli é arrebatadora.
Quanto a
Sweeney Todd e a Johnny Depp, mesmo sem o ter visto e a escassas horas de o ver (mais ou menos 38 mas quem é que está a contar...) algo me diz que as atribuições são mais do que merecidas.
Provavelmente o Javier Bardem estará mais do que à altura do prémio para melhor actor secundário mas eu estava a torcer pelo Casey Affleck, como é fácil perceber
aqui.
Para terminar e porque prometi que não ia ser exaustiva, quero mostrar o meu apreço por
O escafandro e a borboleta constar da lista de vencedores. Não me parece que fosse caso para dar a Julian Schnabel o prémio de melhor realizador mas é, sem dúvida, merecido o de melhor filme em língua estrangeira. Foi elogiado por muitos mas também muito sovado por outros e eu gosto sempre de ver reconhecidos os filmes que são demasiado espezinhados mas merecem mais elogios do que críticas.
Mais importante do que os vencedores é o facto de os argumentistas continuarem parados. Só a médio-prazo saberemos o impacte (ou o não impacte) desta atribuição sem pompa nos filmes vencedores mas sabemos que não vai ser seguramente o de outros anos. Em 2008 queremos passadeira vermelha e mesas redondas. Se necessário, até toleramos as frases da menina do AXN sobre o facto de os actores jantarem ou não.
É isto que se me apraz dizer.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 20:42
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Quinta-feira, 10 de Janeiro de 2008
A tradicional estreia da semana, como habitualmente, à quinta-feira. Consegui ver o novo de Woody Allen e não voltei convencida. Deixo-vos as notas de rodapé.
Chama-se O sonho de Cassandra e nele vemos Woody Allen a tentar juntar o seu «eu» humorístico ao «eu» poético-dramático que construiu em Match Point. Há crimes, sedução e falta de jeito. Há suspense, música clássica e a Londres do realizador. Mas, sem uma história que chegue para sustentar uma longa-metragem ou sem dar a conhecer à séria os personagens, não há combinação mágica que resulte. Allen experimentou mas afundou-se com o barco.
Depois do habitual tipo de letra que Woody Allen tanto usa nos créditos iniciais, dois irmãos falidos surgem junto ao barco dos seus sonhos. Espantam-se perante as seis mil libras que terão de pagar por ele mas arranjam solução. Afinal, é para isso que as apostas servem e Terry (Colin Farrell) é perito nas andanças do jogo. O barco passa a chamar-se Cassandra’s Dream, o nome do galgo vencedor da corrida que o pagou, serve de refúgio aos dois irmãos e de centro para o desenrolar do filme.
Ian (Ewan McGregor) seguiu o negócio da família (a gerência de um restaurante) mas quer aparentar ser um nobre homem de negócios. Terry é um viciado em jogo que julga resolver todos os problemas numa partida de póquer.
Quando algo de inesperado acontece- Ian apaixona-se por uma actriz ambiciosa e quer impressioná-la com carros, dinheiro e influência e Terry acumula uma enorma dívida- o desenrolar de acontecimentos leva os dois irmãos a entrar numa espiral de crime, máfia e negócios mal contados. Tudo patrocinado pelo tio que a mãe chama de «príncipe».
O cenário é uma Londres charmosa, oscilante entre os palacetes, as festas da moda e as casas suburbanas. Sempre, claro, com uma banda sonora a roçar o clássico a acompanhar a cidade (uma bela amostra do trabalho do nomeado para o Óscar, Philip Glass).
Apesar do charme, de alguns diálogos bem ao jeito de Woody Allen e de um certo encanto nos personagens, O Sonho de Cassandra tem um lado de trabalho mal resolvido. O espectador ficará decerto com a sensação de que o realizador e autor quis recuperar parte da aura que tão bem conseguiu criar em Match Point e misturá-la com o seu talento inato para a comédia. Mas em O sonho de Cassandra não há a consistência presente na narrativa de Match Point. A história não chega para sobreviver durante as quase duas horas do filme. Ou talvez chegasse se não se prendesse tanto com um único episódio.
Do lado dos personagens há potencial. Colin Farrell faz um trabalho fora do seu habitual. É simultaneamente o trágico e o cómico da fita. Há diálogos cheios dos trejeitos de Woody Allen que, tal como sempre, suscitam algumas situações humorísticas bem conseguidas.
O que poderia ser maior fica por aí. Por uma experiência que não acertou em pleno. O final apresenta-se ao público como algo perto do inacabado mas ainda assim longo. Tal como os sonhos que aquele barco representa também o filme fica perdido no meio das águas.
Quarta-feira, 9 de Janeiro de 2008
As Bond Girls, Maxwell Smart, Joker, Hulk e mais alguns. 2008 vai ser um ano em que novas caras vão arcar com a responsabilidade de entrar em personagens de estatuto. Cá estamos para verificar se estão ou não à altura. Apostaria que, pelo menos, Edward Norton (ainda estranho), Steve Carell e Heath Ledger não vão desiludir.
O
Los Angeles Times fez a lista. Podem espreitá-la
aqui.
Segunda-feira, 7 de Janeiro de 2008
E que a palavra decadência não vos induza ao erro de pensarem que eu não gostei do filme. Não só gostei como acho que alguém devia limpar o chão à passagem do Casey Affleck.
Foi apenas ontem à noite que consegui ver
The assassination of Jesse James by the coward Robert Ford (para começar o nome mais inspirado
desde há muito) e, ao contrário de muitos dos presentes da sala de cinema, que saíram a queixar-se eu saí rendida a duas interpretações
larger than life. Tenho também a certeza de que, tivesse eu nascido nas terras do tio Sam, a minha devoção a esta obra seria ainda maior. Afinal, o
cowboy Jesse James é um dos ícones mais emblemáticos da América. As suas fotografias correram o país, vista em estereoscópios ao lado das pirâmides de Gizé.
Também o filme de Andrew Dominik assume, em parte, este ponto de vista, como se a história narrada também fosse vista por nós, espectadores, através da estreita passagem daquele estereoscópio. Ponto positivo número um.
A fita acompanha Jesse James desde o auge até à máxima decadência de um homem que incorporara, ele próprio, o estatuto de lenda que todos lhe atribuíam e que, por essa razão, parecia crer ter poderes especiais sobre todos os demais. E todos os outro o temiam como se ele fosse uma quase divindade. A performance de um Brad Pitt maduro e compassado, que apostou produzir um filme arriscado. Ponto positivo número dois.
Depois,
The assassination of Jesse James by the coward Robert Ford (e chegamos à segunda parte do título) é a prova máxima de que todos precisamos de fixar e seguir atentamente o nome Casey Affleck. Ele assume o papel do assassino que é simultaneamente o maior e mais obcecado fã do
cowboy e aquele que mais o teme. Quer ser como ele. Quer tomar o seu lugar. Acaba por ser ele a matá-lo mas não recebe qualquer reconhecimento por isso. Entra apenas no túnel de decadência que o seu mentor já tinha percorrido. O actor por trás deste Robert Ford não tem qualquer vestígio de cobardia. É um actor em poderosa ascensão com uma representação digna de todos os prémios que lhe puderem oferecer. Ponto positivo número três.
O filme (uso a designação para não repetir o título), de facto, peca por ser um pouco longo de mais. Talvez precisasse de impor um ritmo mais corrido em alguns momentos. Mas, no final, dei por mim a pensar nas críticas que ia ouvindo das bocas dos que saíam da sala e a perguntar-me se este assassínio não passasse por um ritmo tão digerido e amargamente atravessado teria o mesmo poder de transmitir a dimensão da decadência dos personagens. É ela o centro e motor deste grande filmaço escondido atrás da designação western. Não o é. É antes um passeio obrigatório de representações sublimes.
Saquem da pistola e ameacem o senhor da bilheteira se necessário mas passem pelo cinema para o ver.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 19:37
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Domingo, 6 de Janeiro de 2008
O
FS.net fez questão de lembrar um filme que, por ter estreado lá mais para o início do ano, parece estar a ficar esquecido em algumas listas dos melhores de 2007. Zodiac foi mais um interessante exercício do génio de David Fincher. Um conto sobre obsessão ajudado pelas grandes interpretações de Jake Gyllenhaal ou Robert Downey Jr.
A verdade é que, apesar de não ser o melhor que o realizador já fez, merecia uma nomeação ou outra mas não está presente em qualquer corrida aos prémios.
O
Elite Criativa junta-se à causa pró-Zodiac e aproveita os vídeos que o FS.net mostrou. Há uma entrevista a um especialista em criminologia sobre o comportamento do assassino do zodíaco e mais alguns vídeos sobre o filme publicados recentemente
aqui.
Relembrem-no.
Domingo, 30 de Dezembro de 2007
O fim do ano aproxima-se e o
Elite Criativa não quer deixar de lançar um olhar sobre o que de melhor se fez no cinema em 2007. No
estaminé do costume estão as minhas preferências, as do Gonçalo Sá e as do Luís Salvado. Cada um escolheu os seus dez filmes de eleição e depois criámos algumas categorias consensuais. Todas as escolhas foram feitas com base na lista de filmes estreados em 2007 em Portugal.
De minha parte, a lista ficou assim:
1.
Cartas de Iwo Jima, de Clint Eastwood
2.
À Prova de Morte, de Quentin Tarantino
3.
O Labirinto do Fauno, de Guillermo del Toro
4.
Pecados Íntimos, de Todd Field
5.
Ratatui, de Brad Bird
6.
Control, de Anton Corbijn
7.
Promessas Perigosas, de David Cronenberg
8.
Zodiac, de David Fincher
9.
Peões em Jogo, de Robert Redford
10.
Sunshine – Missão Solar, de Danny Boyle
Nas próximas categorias, chegámos todos a um consenso.
Melhor Longa-Metragem de Animação:
RatatuiJovem Promessa de 2007:
Shia La BoeufGrande Actor em Mau Filme:
Nicolas Cage com «O Escolhido», «Ghost Rider», «Next - Sem Alternativa»Maiores expectativas = Maior Desilusão:
Shrek, o TerceiroMelhor Filme que Ninguém Viu:
A Rapariga MortaMelhor Filme Português:
1.
O Capacete Dourado2.
A Outra Margem3.
Call GirlCena do ano:
1.
Luta na sauna em «Promessas Perigosas»2.
Perseguição final em «À Prova de Morte»3.
Capitan Vidal (Sergi Lopez) a coser a boca rasgada em «O Labirinto do Fauno»Melhor ressurreição:
Sylvester Stallone em «Rocky Balboa»Melhor filme a 200 à hora:
The Bourne Ultimatum - UltimatoFilme mais bizarro:
TaxidermiaRemake mais inútil:
Boleia MortalMelhor Encarnação de Personagem Real:
Sam Riley como Ian Curtis em «Control»Melhor Monstro:
The HostMelhor Cartaz:
Half Nelson - EncurraladosMelhor Comédia:
Knocked up – Um Azar do CaraçasPrémio "Mas porquê???":
CorrupçãoMelhor BD no cinema:
300
Para verem a lista completa de escolhas façam uma visita
por aqui.
Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2007
...e sim, também eu era fã. Mas não consigo visualizar à distância a transposição do desenho animado para uma
live action feature. Tinha de publicar aqui a imagem ali de cima. O
post era só uma desculpa para isso.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 07:28
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