O New York International Children's Film Festival dedica-se ao que o nome indica: filmes que se destinem a crianças. Apesar disso, o NY Times mostra que, este ano, as fitas em exibição podem ser um tanto enganadoras já que, muitas delas, não são assim tão destinadas aos mais jovens quanto isso.
Claro, parece continuar a haver o redutor preconceito de que a animação é para meninos (e, acreditem que, por cá, até junto de alguns profissionais da área parece ser fundamental continuar a bater na mesma tecla para contrariar a crença) e, por isso, muitos dos filmes que constam do cartaz, com temáticas como, por exemplo, a traição num casamento, são metidos no mesmo saco e percepcionados como fazendo sentido num festival que se destina às crianças.
Irritações à parte, o NY Times tem uma boa galeria de fotos sobre o festival a que vale a pena dar uma vista de olhos até porque algumas das películas com direito a destaque passarão por cá já na próxima semana, durante a Monstra.
Nota: Do festival não fazem parte apenas filmes de animação. Isto sou só eu a salientar algo que me parece...como dizer...disparatado.
O Los Angeles Times publicou um interessante artigo sobre Travis Knight, um dos principais animadores de Coraline, o novo filme de Henry Sellick que adapta o livro de Neil Gaiman. Para além de ser um bom perfil sobre o senhor é uma curiosa lição sobre stop-motion. Vale a pena a a leitura.
O plano está delineado. A Disney/Pixar vai lançar todos os seus próximos filmes em tecnologia digital 3D. A Dreamworks já tinha anunciado o mesmo no Verão e, revolução imposta, os nossos amigos da Disney decidiram fazer o mesmo. Já em 2005, com a exibição em 3D de Chicken Little, o sucesso tinha deixado o caminho aberto para uma progressiva tomada do poder por parte das três dimensões.
O primeiro projecto a atrever-se será Bolt, a história de um pastor alemão que toda a vida esteve trancado num estúdio de televisão e que acredita ter superpoderes, mas o plano já tem na calha seis novos filmes da Pixar nos próximos quatro anos. E convenhamos, plano que tem na lista títulos como Toy Story 3 e Cars II, feitos pelos mesmos senhores que há anos nos vêm a deslumbrar, não pode falhar.
Ainda assim, acho que vou sentir a falta da velhinha animação tradicional.
Há cinco décadas atrás quase 250 desenhos originais de artistas da Disney viajavam até ao Japão para serem expostos a propósito da estreia de A Bela Adormecida. As peças viajaram por todo o país e foram depois doadas ao Museu de Arte Moderna em Tóquio. No entanto, o material não foi considerado suficientemente significativo para constar da colecção permanente do Museu e acabou mal arrumado nos arquivos de uma Universidade. O tempo fez o resto e os japoneses esqueceram-se que tinham em mãos um pedaço de história.
Há quatro anos atrás os desenhos foram encontrados num armário de um funcionário da instituição educativa e devidamente recuperados pelos senhores da Disney. Voltaram ao Japão, com mais 350 novas peças emprestadas pelo estúdio,para a exposição "A arte da Disney".
Agora, depois de cinquenta anos de viagem, a Universidade decidiu devolver os desenhos aos seus donos por medo de não os conseguir manter em condições.
Algo me diz que a colecção ainda vai correr meio mundo. O NY Times tem um slideshow com algumas das imagens e como eu sou uma babada pelo trabalho da Disney, deixo-o aqui.
A ideia é recriar uma revista de ficção científica dos anos 70. Chamava-se Heavy Metal e já foi tornada em filme em 1981 e na sequela de 2000. Esta nova adaptação deverá ser composta por nove ou dez partes, cada uma com um realizador diferente. Um dos segmentos vai ser realizado pelo sempre imprevisível David Fincher e outro por um dos criadores das Tartarugas Ninja, Kevin Eastman. Haverá ainda uma parte, rotulada de r-rated, que deverá ser dirigida por Tim Miller, dono dos Blur Studios, empresa que tomará conta da animação.
Heavy Metal tornou-se conhecida por, em 1977, apresentar níveis de violência e erotismo com atrevimento em doses massivas.
Por várias vezes quis poder sentar-me e ver as curtas a que a Pixar nos tem habituado de uma assentada. Se bem se lembram, antes de Finding Nemo vimos o espantoso Knick Knack. Muitos nunca se esqueceram da música. Ainda há pouco, antes de saborearmos Ratatui era-nos apresentado Rapinado (não me consigo lembrar do título original).
Mas há outras comoThe Adventures of Andre & Wally Bou Red's dream.
Era um pecado não estarem reunidas em DVD. São delicadas amostras do que a equipa americana com mais alegria no trabalho consegue fazer e estão ao nível das suas longas. O erro foi corrigido. Hoje saiu isto:
Assim que puder dar um saltinho à lojinha habitual cantará no meu simpático armário dos DVD e os habitantes da maison Telheiras gozarão horas (ou minutos) de animação suprema.
Se algum dos leitores deste post for o autor de uma curta-metragem de animação com potencial, pode submetê-la a concurso. O Monstra é o festival de animação de Lisboa, já se sabe, e vai acontecer de 8 a 18 de Maio no S. Jorge, no King e, a casa habitual, o Teatro Maria Matos.
Este ano foi aberto espaço na competição para curtas-metragens. Devem ter até 30 minutos e não podem ter sido feitas há mais de dois anos. Tirando estes requisitos mínimos, os entraves são poucos.
A todos os talentos anónimos da animação, visitem este estaminé até dia 15 de Fevereiro.
Depois de Stardust, Neil Gaman vai ter direito a mais uma adaptação da sua obra para o grande ecrã. Coraline conta a história de uma menina entediada que descobre uma porta para outro mundo numa das paredes da sua casa. Os mundos paralelos e a fantasia da mais pura são marcas recorrentes no universo de Gaman mas esta nova adaptação promete levar essas ideias até um novo patamar.
Todo este entusiasmo advém do facto de no papel de realizador estar designado o nome de Henry Sellick, mestre do stop motion. Se bem se lembram a fábula natalícia Nightmare before Christmas, da autoria do ilustre desconhecido Tim Burton, foi realizada por ele. Desta vez também a adaptação do argumento é escrita por Sellick.
Como mais não posso fazer, deixo para a posteridade um pequeno teaser.
Este é um perfeito exemplo da fuga à ideia pré-concebida de que a animação tem de ter um lado infantil. Não tem.
Renascimento é uma co-produção entre França, Reino Unido e Luxemburgo (os três lutaram financeiramente para a terminar) que demorou uma mão cheia de anos para ser concluída. Apesar disso, agora, chega até nós naquilo que se revela uma experiência formalmente muito interessante (repito, formalmente).
A animação a preto e branco retrata uma Paris a cinquenta anos daqui, vigiada e tecnologicamente muito avançada (a fazer lembrar os cenários de Minority Report). Quando uma jovem cientista é raptada, um detective é enviado no seu ancalço para, contudo, descobrir, que o motivo do rapto envolve ideias susceptíveis de mudar para sempre a humanidade e, consequentemente, interesses para as deter.
Todo o filme é revestido a um estilo noir muito poético, simultaneamente futurista e que lembra várias novelas gráficas em papel. Nesse sentido, de peça que apenas usa o negro e branco, com imagens baseadas em filmagens reais e um trabalho de iluminação surpreendente, Renascimento tem direito a vénia.
Se formos até ao campo do argumento, já não há muito para elogiar. A premissa é mais do que usada: um mundo futurista onde uma grande descoberta põe em marcha acontecimentos criminosos.
Os diálogos parecem ficar muito presos a uma falta de realismo que talvez se deva ao facto de os envolvidos não terem esquecido que faziam uma fita em formato de desenho animado. Mesmo os trabalhos de voz da maioria dos actores (com excepção para o Karas de Daniel Craig) são exagerados e até cartoonescos.
Este filme de Christian Volckman é uma experiência a ser observada sem, no entanto, se depositar muita fé na história. O aconselhável é vê-lo como pura obra de imagem, contada pela imagem e dependente apenas dela para se manter.
Na Segunda-feira tem direito a Acabo de Ver. Por agora, espreitem o trailer.
Fartos do barulho dos roedores de pipocas inveterados? Arreliam-se quando alguém na fila atrás faz perguntas idiotas como "como é que isto se chama?" e "falta muito para acabar?"...
O mais provável é que este vídeo não resolva o problema mas pode ser que, pelo menos, os malfadados desrespeitosos pensem nisso (nem que seja por um segundo). Deu-me um gostinho especial ver isto. Eu que quase subo às paredes com os barulhinhos persistentes na sala de cinema e com a total despreocupação pelos demais presentes que muitas criaturas lá presentes demonstram (embora já tenha aprendido a tornar-me mais zen).
Ontem foi a primeira vez que o vi (dobrado em português mas sem perder qualidade). Espero que tenha sido a primeira de muitas.
Aproveito ainda para vos dizer que estes sapinhos fazem parte do novo filme da Disney, Meet the Robinsons.
Depois de tantos anos a ouvir o arreliado Bart a dizer "Ai Caramba", a assistir ao carinho que Homer tem por uma lata de cerveja e a ver a pequenota Maggie de chucha para trás e para a frente...vou ver isso tudo outra vez e em dose alargada.
Já era tempo de alguém pegar numa das séries mais populares dos nossos tempos e levá-la até ao grande ecrã. Os Simpsons conseguem uma proeza estraordinária: têm público que começa nos 6 e termina nos 90. Os pequenos acham graça sem perceberem a ironia e a crítica subjacentes e os adultos apegam-se às piadas que, afinal, são tão inteligentes como o humor mais britânico, tal é o fundo de um sarcasmo a roçar os picos do socialmente aceitável. Nas vozes, alguns génios como Hank Azaria (que faz literalmente de tudo) e Nancy Cartwright.
Não sei se o filme chega para suprir os 53546 episódios que foram acompanhando as modas, as pessoas e as mudanças do país. De uma coisa tenho a certeza: vai fazer rir como esses 53546 episódios fizeram. Só que durante um bocadinho mais prolongado. Chega lá para o Verão.