...se o João Pestana andava a rodear os espectadores, Hugh Jackman fez, logo à partida, questão de nos dizer "oh, meus amigos, toca a acordar que eu não venho aqui brincar". Ele e Anne Hathaway. Este número de abertura é qualquer coisa.
- Sim, Hugh Jackman é um grande apresentador (e digo isto sem qualquer parcialidade própria da minha condição feminina).
- Sim, o número de abertura foi dos melhores que vimos desde há uns bons tempos. Dança techno para O Leitor é qualquer coisa de inesquecível.
- Sim, foi comovente ver a família de Heath Ledger a receber o Óscar póstumo. Foi comovente para nós e para todos os que estavam sentados no Kodak Theatre e deixaram escapar uma lagrimazinha na altura.
-Sim, já era tempo de Kate Winslet vencer o Óscar. A forma convicta como sobe ao palco é a cereja no topo do bolo.
-Sim, é bonito o momento em que Sean Penn dá a redenção pública a Mickey Rourke, chamando-o de irmão e felicitando-o pelo seu regresso.
-Sim, Ben Stiller estava mesmo a imitar a figura triste que Joaquin Phoenix fez junto de David Letterman há uns dias atrás.
- E, sim, é bom ver que a Academia está aberta a novas opções e até já premeia pequenos grandes filmes como Quem Quer Ser Bilionário?
Para o ano há mais. Se quiserem detalhes rigorosos passem por aqui.
O The Guardian colocou hoje online uma série de treze misturadas de palavras que correspondem a treze discursos de vencedores de Óscares. A ideia é, no meio da confusão, tentar adivinhar a quem pertencem.
Ora cá está o e-Cinema desta semana. Temos para ver Coraline, Maradona e O Visitante. Depois, há Fantas no Porto e um duelo de banjos. Ora espreitem lá o e-Cinema desta semana.
Um pesadelo agradável, excepto para o meu cartão multibanco. De volta de Londres, trouxe umas coisitas (coisas de mais), que fui reunindo entre uma e outra loja. Algumas coisas de cinéfila, outras não tanto. Algumas para mim, outras encomendadas por outras pessoas. Mas ficam aqui as que trouxe para mim...
E o livro que falta fica em segredo para que não digam que eu tenho guilty pleasures. Que eu não tenho. Mentira.
Sim, há de novo a história da abusadora de drogas que passou por milhares de atribulações. E, sim, há novamente a história da família problemática que resolve aproveitar a mais infeliz ocasião para se desmoronar: um casamento. Mas O Casamento de Rachel é uma boda diferente, íntima e pessoal, com um olhar lancinante de um cineasta sem meias-medidas. E, por isso, até nem nos importamos de passar o cheque aos noivos.
Jonathan Demme já não fazia uma longa-metragem desde o filme de 2004, O Candidato da Verdade. Ganhou o Óscar de Melhor Realizador por O Silêncio dos Inocentes, foi nomeado para o Urso de Ouro de Berlim por Filadélfia mas, desde aí, que a sua carreira tem sido morna, sem grandes entusiasmos. Quando, este ano, no Festival de Veneza estreou O Casamento de Rachel, as atenções estavam totalmente viradas para si e, apesar de o entusiasmo não ter sido assim tão exacerbado, ninguém se sentiu defraudado com a fita.
Para além do mais, a actriz Anne Hathaway começou a sua escalada de elogios que culminaria na nomeação para o Óscar de Melhor Actriz (comprovaremos no domingo se terá sorte).
A história é simples: Kym (Hathaway) vai comparecer no casamento da irmã (Rachel), fazendo uma pausa no seu processo de desintoxicação para a aguardada festa. Claro que Kym é uma personagem problemática e claro que, em boa verdade, Rachel também o é. Convenhamos, toda a família é complexa.
Apesar de alguns desequilíbrios, com cenas demasiado longas ou exploradas para a importância que têm, O Casamento de Rachel tem qualquer coisa de fascinante na forma como retrata aquelas personagens. De perto, sem véus nem barreiras, e numa celebração que, no fundo, e apesar de todos os problemas, acaba por ser o casamento ideal. Todos gostariam de ter um vídeo de casamento assim.
Para ficar a digerir a cena de regabofe pós-cerimónia em que até o samba é convidado.
Isto parece Tarantino sem parecer...
Nas estreias que o nosso querido magazine sugere esta semana estão três grandes interpretações de três senhoras de peso. Anne Hathaway, Kate Winslet e Sally Hawkins. Fora de circuito, há documentários em português para ver no Panorama. Para recordar, fica a eterna cena de Até à Eternidade.
Tudo no e-Cinema desta semana.
A Vanity Fair e a visão apurada da fotógrafa Annie Leibovitz juntaram-se para fotografar dez parcerias de sucesso no cinema. Os duetos do ano. Os pares românticos (ou não) mais perfeitos. E, para finalizar, um veterano de peso numa parceria consigo próprio.
Belas fotografias para ver e guardar em véspera de Óscares. Ora espreitem lá aqui.
O Los Angeles Times publicou um interessante artigo sobre Travis Knight, um dos principais animadores de Coraline, o novo filme de Henry Sellick que adapta o livro de Neil Gaiman. Para além de ser um bom perfil sobre o senhor é uma curiosa lição sobre stop-motion. Vale a pena a a leitura.
Podem vê-lo aqui.
Quem Quer Ser Bilionário?, o filme de Danny Boyle que parece ser a galinha dos troféus de ouro da temporada e confirmou mais um temporal de vitórias nos BAFTA, os Óscares britânicos, ontem à noite.
Slumdog Millionaire levou para casa os troféus Melhor Filme, Realizador, Argumento Adaptado, Música, Fotografia, Montagem e Som.
Do lado dos actores, Mickey Rourke levou o prémio por O Wrestler e Kate Winslet foi a grande vencedora pelo seu desempenho em O Leitor. Quanto aos actores secundários, foram Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona) e Heath Ledger (O Cavaleiro das Trevas) a vencer na categoria em questão.
Recuperada e revitalizada depois de uns dias com neve à mistura, volto ao trabalho. Começo por vos deixar o e-Cinema em falta, publicado na passada quinta-feira. Há Slumdog Millionaire (espantoso, senhores, espantoso), Dúvida e Valquíria. Fora de Circuito, o e-Cinema saiu, pela primeira vez, de Lisboa. Nos memoráveis, uma bizarra chuva de sapos.
Ora espreitem lá na página do e-Cinema.