A Empire fala dele como uma espécie de Heat II sobre a história de um carismático gangster, John Dillinger (Johnny Depp), e do determinado agente do FBI que o persegue, Melvin Purvis (Christian Bale). O filme é do engenhoso Michael Mann e, pelas primeiras fotos, vamos ter dupla. Fiquem com as primeiras imagens de Public Enemies.
Do elenco fazem também parte Marion Cotillard, a namoradinha do gangster, Channing Tatum, Giovanni Ribisi, David Wenham, Leelee Sobieski e Emilie de Ravin não esquecendo Billy Crudup no papel do emb J. Edgar Hoover.
Desde que assumiram publicamente a sua relação, Tom Cruise e Katie Holmes têm recorrido a toda e qualquer forma (ainda que pareça a mais estúpida) de demonstrar a afeição que têm um pelo outro. Na Oprah, em eventos sociais e onde quer que parecesse conveniente. Para além disso, e embora eu tente sempre separar o Cruise actor do Cruise cientolo-aborrecido, a sua imagem foi ficando progressivamente queimada pelos números que socialmente foi fazendo.
Pois agora vem aí outro. O casal quer fazer um filme de cariz sexual em que os dois possam contracenar de forma intíma tal como Cruise e Nicole Kidman fizeram em Eyes Wide Shut. Uma fonte de um grande estúdio confirmou a vontade dos dois e falou de alguns dos requisitos. Passo a citar:
"They require some intense sex stuff and more specifically they're looking at remaking Last Tango in Paris but anything sexy with a good story appeals".
E é esta secção da frase (a que fala de um potencial desastroso remake de O Último Tango em Paris) que me deixa particularmente...como dizer...em pânico.
Para os estão em pulgas para ver o novo Star Trek o vídeo abaixo vai com certeza alegrar-vos o dia. O bom e velho William Shatner, o eterno Captain Kirk, tem uma espécie de ataque epiléptico endiabrado quando se vê a si próprio no trailer do novo filme. Vale a pena espreitar.
É o segundo teaser para Ice Age 3: Dawn of the Dinossaurs e continua a usar como chamariz o adorável e simultaneamente mesquinho esquilo jurássico Scrat.
A verdade é que a personagem é a cereja no topo do bolo dos dois anteriores filmes, que faz a diferença entre a indiferença perante o próximo e a vontade de ir até uma sala de cinema para o ver, mas é inevitável que esta estratégia de promoção deixe latente uma espécie de sentimento de desonestidade de cada vez que o espectador vê uma das longas-metragens no grande ecrã.
É que vender um produto com um argumento que é apenas uma pequena parte do resultado final deixa no ar vontade de ter mais desse detalhe (neste caso, o divertido Scrat) e menos do restante (que não é suposto ser o restante mas sim o principal).
Já o penso há muito tempo e não posso deixar de continuar a defender ou uma longa-metragem para Scrat ou a série de curtas que o personagem bem merece. E, talvez, terminar com o que ele traz atrelado que, afinal, é muito menor do que os pequenos filmes dentro do filme que o esquilo protagoniza.
Aqui fica o teaser. Delicioso. O título do post revela-se durante o excerto.
O vencedor foi escolhido através de um rigoroso método de selecção. Ou então não e é só uma opinião minha.
Eu já sabia que ele tinha fama de possuir um terrível mau feitio mas, meus amigos, depois do desprazer que foi encontrá-lo esta semana, Werner Schroeter subiu ao primeiro lugar da tabela de personalidades mais execráveis do cinema.
Oficialmente, o mais odioso. Tinha de deixar isto escrito em algum lado.
Chegou a estes meandros da rede o trailer de Coraline, adaptação do livro do fantasioso Neil Gaiman, levado ao ecrã pelo grande mas pouco recordado Henry Selick que, apesar de ter assinado a realização de Nightmare Before Christmas, não pôde deixar de fixar na sombra de Tim Burton.
A amostra chega para perceber que temos uma grande promessa para o próximo ano. Muito bom aspecto, meus amigos. Muito bom aspecto.
Podem vê-lo aqui.
Body of Lies é uma oportunidade para recuperar a fé em Ridley Scott. Estreia hoje e não pode passar despercebido por aqui. Deixo-vos um artigo sobre a tendência que se tem sentido no cinema desde há alguns anos, para usar como temáticas centrais a guerra do Iraque ou o terrorismo.
O 11 de Setembro mudou visões um pouco por todo o mundo e o cinema não podia escapar impune. Sete anos depois, os filmes centrados em temáticas relacionadas com a política externa dos Estados Unidos já começam a formar uma lista suficientemente extensa para poderem ser chamados de «quase-género». O novo filme de Ridley Scott, O Corpo da Mentira, chega hoje às salas de cinema e volta a sublinhar a atenção que a Sétima Arte está a dar ao Médio Oriente. Mas, e os espectadores querem mesmo ver filmes sobre as guerras do agora?
O Corpo da Mentira, o mais recente filme de Ridley Scott, vai ao encontro de um estratega da CIA (Russell Crowe), que opera a partir dos Estados Unidos, e de um outro agente (Leonardo DiCaprio), que dá o corpo no terreno do Médio Oriente e arredores. Embora, ao longo do filme, o discurso anti-Iraque ou anti-Al Qaeda tente não ser demasiado saturante, é latente a necessidade de marcar uma posição crítica sobre a forma como os Estados Unidos lidam com as questões do terrorismo. E esta tem sido a linha de muitos outros filmes desde que as Torres Gémeas caíram, desde que começou a segunda guerra do Iraque, desde que os escândalos de Abu Grhaib ou Guantanamo inundaram os meios de comunicação.
Os filmes sobre a tragédia propriamente dita, como Voo 93 (Paul Greengrass) ou World Trade Center (Oliver Stone), nem se saíram mal no que diz respeito ao interesse dos espectadores mas, do lado dos que se centram maioritariamente na crítica à presença militar americana em terras iraquianas, o cenário não foi animador. Censurado, de Brian De Palma, Peões em Jogo, de Robert Redford ou No Vale de Elah, de Paul Haggis, são apenas alguns dos que não foram bem sucedidos nas bilheteiras.
No entanto, a verdade é que a história do cinema está recheada de exemplos de filmes de guerra que, não só foram êxitos junto do público, como colocaram de joelhos a crítica e os senhores responsáveis pela temporada de prémios. Até mesmo guerras pouco populares, como a do Vietname deram ao grande ecrã fitas de grande sucesso. Recordem-se os exemplos de O Caçador (Michael Cimino), Apocalipse Now (Francis Ford Coppola) ou Platoon – Os Bravos do Pelotão (Oliver Stone).
A pergunta impõe-se e não tem resposta fácil: Qual será então a razão que afugenta os espectadores desta nova moda de filmes sobre Iraque/terrorismo/Médio Oriente?
Estará o público cansado de um assunto de que já não quer ouvir falar? Haverá uma saturação de imagens no pequeno ecrã que não deixa espaço para que as mesmas surjam na tela? A tarefa é indiscutivelmente árdua quando é preciso convencer um espectador a comprar bilhete para ver um espectáculo que tantas vezes lhe irrompe casa adentro sem que seja preciso despender um tostão. Para além disso, se os filmes da tendência apenas se agarrarem ao tema que abordam para sobressaírem no meio de uma lista de estreias tão extensa e, ao mesmo tempo, descurarem na qualidade enquanto obra cinematográfica, não há assunto premente que resulte na sua salvação.
O Corpo da Mentira foi muito maltratado nos Estados Unidos, tanto pela crítica, que não foi meiga com Ridley Scott, como pelo público, que preferiu assistir a Beverly Hills Chihuahua ou a Max Payne. É mais uma película a entrar para uma lista que parece não conseguir ter sorte nem encontrar o seu lugar.
Chegará então o dia em que o público ganhará afeição por estas novas guerras como fonte de entretenimento? Talvez seja o tempo o culpado e talvez esta curta (ou inexistente) distância ainda não permita que estes filmes sejam apenas isso: duas horas de distracção sem referente real.
Não é só a praia e o Casino que compõem as vistas do Estoril. Como sabemos, já desde há uns dias que é cenário para o Estoril Film Festival e hoje aproveito para deixar aqui uma entrevista que eu e a Vera Moutinho fizemos com Paul Auster e um vídeo sobre a exposição O México fotografado por Luís Buñuel.
O fim-de-semana foi dedicado ao Cinanima, ponto de encontro para os mestres da animação portuguesa e para alguns históricos internacionais do meio. Ainda que a estadia tenha sido curta, foi fácil perceber que, de facto, há cada vez mais interesse pela animação em Portugal e cada vez mais camadas jovens a demonstrarem interesse e talento para a fazer.
Deixo-vos a entrevista que fiz com Carlos Gaio, membro da Comissão Organizadora do festival sobre os 32 anos do Cinanima.
Ao passo que Guillermo Del Toro vai aceitando projectos, arrisca-se a, um destes dias, não ter mãos a medir para todos. Depois dos livros que lançou recentemente e de estar ao leme em The Hobbit, o realizador está a escrever o argumento para um filme de animação que trará ao grande ecrã uma renovada versão de Pinóquio.
O projecto está a ser desenvolvido com o pai dos Marretas, Jim Henson, e deverá resultar numa espécie de versão negra da história do escritor italiano Carlo Collodi. A fita será rodada em stop motion sob a realização de Gris Grimley e Adam Parrish e, se tudo correr bem, estará terminada em 2011.
E que Pinóquio vai ser este de Del Toro? Em vez do Grilo Falante teremos uma fada de dentes aguçados? Em vez de orelhas de burro, os meninos vão desenvolver mãos de monstro?
É a incógnita que parece tão entusiasmante. Esperemos para ver.
Foi desclassificada. Já não está na corrida. Nada de prémios. O drama aconteceu com a banda sonora de The Dark Knight porque a Academia não ficou suficientemente convencida de que James Newton Howard e Hans Zimmer teriam composto mais de 70% do trabalho.
Isto porque os dois compositores, talvez por solidariedade, listaram mais três compositores na ficha técnica. Desta forma, Alex Gibson, Mel Wesson e Lorne Balfe foram adicionados para que, de acordo com Zimmer, recebessem os mesmos privilégios que os dois principais.
Apesar de o trabalho aparentemente pertencer a Zimmer e a Howard, o Comité de Selecção decidiu por maioria desqualificar a banda sonora.
Off Topic: Vou zarpar amanhã para Espinho, até ao Cinanima e, como tal, é provável que este estaminé fique fechado para balanço até Domingo.
É uma estreia incontornável. Depois de tanta polémica, diz-que-disse e críticas, Ensaio Sobre a Cegueira chega às nossas salas de cinema. A verdade é que, nem é preciso discutir a qualidade do filme (isso não está em causa) para dizer que não tenho vontade de o rever. Sim, é bom, mas sim, é muito duro. Deixo-vos as notas que estiveram hoje publicadas no sítio do costume.
Muitos diziam ser inadaptável ao cinema, José Saramago negou dezenas de vezes ceder os direitos de adaptação e, mesmo os interessados em pegar no livro e transformá-lo em filme admitiam ter pela frente um desafio quase impossível: criar imagens sobre um mundo em que (quase) todos são cegos. Depois de muitos «nãos» do escritor e de um longo percurso com ajustes e reajustes por parte do realizador do filme, Ensaio Sobre a Cegueira passou finalmente da escrita às imagens em movimento e chega agora às salas de cinema. Para ver como é difícil ter uma visão sobre um mundo em que (quase) ninguém vê.
Numa praça, vista do topo, apinhada de carros em hora de ponta, um condutor causa o caos. Subitamente deixou de ver. Os momentos de abertura de Ensaio Sobre a Cegueira, o filme, mostram precisamente o início da praga e a reacção dos que, ainda não afectados, estão à volta. A epidemia cresce dali e vai tocando em todos os que se vão cruzando com esta doença contagiosa que tira a visão a quem é afectado por ela. Não como se ficasse tudo escuro, mas como se ficasse tudo branco, cheio de luz.
Foi o português José Saramago quem criou a alegoria e ensaiou sobre os efeitos que a catástrofe teria em sociedade. O que aconteceria se, de repente, o mundo cegasse? As ideias do Nobel da Literatura são objectivas: os humanos cairiam numa espécie de regressão até um estado hiper-selvagem em que sentimentos como a compaixão ou a entre-ajuda são deitados à sarjeta para darem lugar a uma crua e básica luta pela sobrevivência, em que as guerras pelo poder usam argumentos mesquinhos e animalescos. Mas, no meio dos cegos, há uma (e apenas uma) mulher que carrega o fardo mais pesado de todos: é a única que não perdeu a visão.
José Saramago, homem desconfiado e apegado à sua obra, sempre tinha negado ceder os direitos de adaptação de Ensaio Sobre a Cegueira porque apenas daria um sim a quem preenchesse requisitos muito específicos. O autor queria que o filme pudesse ser feito com meios do tamanho de Hollywood mas não queria que chegasse ao cinema ao jeito americano, caindo nas mãos de um grande estúdio. Foi apenas quando o produtor canadiano, Niv Fichman, acompanhado do argumentista Don McKellar, foi visitar Saramago a Lanzarote que ele concordou em deixá-los partir para a fita porque achou simplesmente que «eles pareciam pessoas sérias e honestas». À equipa, faltava um cineasta de coragem para pegar na tarefa. O contemplado com o convite seria alguém que, anos antes, tentado adaptar a obra: o brasileiro Fernando Meirelles (Cidade de Deus, O Fiel Jardineiro).
O resultado do longo processo de negociação e de produção chega agora às salas de cinema, numa versão diferente da que foi estreada em Cannes, e que o realizador achou não ser a que tinha idealizado.
Ensaio Sobre a Cegueira é um filme perto da estética a que Fernando Meirelles já nos habituou, crua e realista, visão que seria indispensável num filme cuja premissa reúne, só por si, as mesmas características. Embora Meirelles diga que prefere «sugerir em vez de mostrar» explicitamente a violência no seu estado mais básico, a verdade é que Ensaio Sobre a Cegueira é uma fita tão rija e violenta que, não estando em causa a sua qualidade, dificilmente deixará algum espectador com um sorriso de satisfação no final. Não se coloca em questão o talento de quem dirigiu que, com a difícil tarefa de criar imagens num mundo onde apenas uma pessoa consegue ver, engendrou o possível, fazendo algumas opções estéticas interessantes como o branco queimado presente em todo o filme e algumas coreografias de corpos que resultam no meio do caos. No entanto, a película agradará mais aos que são adeptos do universo que Saramago criou e menos aos que serão apanhados de surpresa com a desumanidade palpável da história.
Quanto aos actores que, tal como no livro, interpretam personagens sem nome, designadas pelo papel que desempenham naquele meio social, há a destacar o desempenho de Juliane Moore, a mulher a quem é dada a responsabilidade de ser a única a ver e de Danny Glover, o homem que prefere continuar cego por que foi no meio da cegueira que encontrou um sentido para a vida.
Para ver, reflectir, apreciar as opções de Fernando Meirelles e depois, sair da sala, e entrar na porta ao lado para assistir a algo mais leve. Só para que nessa noite, o sono não deixe de ser descansado.
De caminho, ficam as entrevistas que fizemos a Fernando Meirelles e a Niv Fichman. Boas conversas.