Sexta-feira, 29 de Dezembro de 2006
Estou de partida para uma retirada estratégica de fim de ano que promete trazer muitas histórias para contar. Deixo-vos, desde já, os votos de um Bom Ano cheio de coisas boas. Não se esqueçam de, à meia-noite, sair de casa e voltar a entrar com o pé direito enquanto engolem freneticamente doze passas.
Antes de seguir, digo-vos para irem até ao cinema ver Babel. Faz-nos pensar em algumas questões prementes do nosso tempo (globais e pessoais) e o elenco está muito (MUITO) bem. A menina japonesa (Rinko Kikuchi) é um verdadeiro achado.
Confesso que por ser um filme do Iñarritu, a tendência será sempre a de o comparar a 21 Gramas e Amor Cão. O esquema de histórias que se complementam e entrecruzam é praticamente o mesmo e é inevitável que se tente perceber se é melhor ou pior que os anteriores. Tendo a achar que 21 Gramas tem momentos mais surpreendentes mas acho que isso não diminui Babel. Tentem entendê-lo ou como um filme novo ou como parte de um ciclo que se veio alterando progressivamente. Vão ver que gostam.
Por culpa das minhas férias, só consegui passar aqui para escrever este post. Por essa razão, o Acabo de Ver relativo a Babel só vai poder estar online na próxima Terça-feira. Vou dizer-vos Acabo de Ver quando já vi o filme há uns dias e, por isso, peço-vos as minhas sinceras desculpas.
Feliz Ano Novo!
Quinta-feira, 28 de Dezembro de 2006
Estamos em 2006 e Clint Eastwood tem 76 anos. Já representou (com bons e maus momentos) e agora realiza mais do que representa (função que desempenha de uma forma irrepreensível). Este ano decidiu mostrar que se encontra no auge da sua produção criativa ao realizar, não um, mas dois filmes. São dois filmes independentes (
Flag of our fathers não é o primeiro de uma saga e
Letters from Iwo Jima não é uma sequela) mas acabam por se complementar.
O primeiro,
Flags of our fathers, retrata a batalha entre Americanos e Japoneses na pequena ilha de Iwo Jima. Desse dia, ficou para a história a fotografia (ficcionada ou não, não vamos especular) de vários soldados americanos erguendo a bandeira no cimo do Monte Suribachi. Estreia por cá no dia 11 de Janeiro.
[youtube=
http://www.youtube.com/watch?v=eiOMtdneUVc]
O segundo,
Letters from Iwo Jima, é parcialmente falado em japonês e não é que Clint Eastwood quis, pela segunda vez, ficcionar a mesma batalha na mesma pequena ilha! Quem é um senhor em Hollywood e, verdade se diga, quem tem o talento que ele tem, pode dar-se a estes luxos.
A diferença: agora a imagem é a do lado japonês. Naturalmente será sempre um enredo mais sangrento. O filme ainda não tem data de estreia marcada em Portugal mas, quem já o viu lá por fora, diz que Eastwood consegue ser do mais cru e realista puxando o espectador para o meio das explosões, dos tiros e dos gritos de desespero.
[youtube=
http://www.youtube.com/watch?v=xCZLkxYZmx0]
As
nomeações para os Globos de Ouro querem, de certeza, dizer alguma coisa e os Óscares estão aí à porta. Aos 76 anos, Clint Eastwood é bem capaz de levar mais umas estatuetas para casa.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 11:46
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Quarta-feira, 27 de Dezembro de 2006
Já começo a salivar...
Lá para meados do ano que vem vamos ter o prazer de ver o novo filme de David Fincher,
Zodiac. Fincher volta com um filme que promete seguir a linha do meu querido
Seven. Desta vez, o realizador inspira-se na história de um
serial killer da década de 60 que envia mensagens encriptadas para a imprensa. Obcecados pelo caso, um jornalista (Robert Downey Jr.) e um cartoonista (Jake Gyllenhaall) vão ajudar a resolver os crimes. Também lá vai estar Mark Rufallo a cobrir a devidamente agendada função de detective.
Estou impaciente pela chegada deste ou não fosse o realizador a mente por detrás de um dos meus filmes preferidos:
Fight Club. Mas que grande história, tão excentricamente contada, que planos tão bem construídos (ao ponto de incluirem mensagens subliminares) e que elenco tão bom (mas mesmo mesmo bom, hein!). Alguém que faça um cartaz e vá para a rua gritar: "Juntem outra vez o Edward Norton e o Brad Pitt num filme".
Deixei-me ir por um desvario outra vez.
O trailer não deixa antever muito mas vou lá estar bem sentadinha na sala de cinema quando sair este
Zodiac.
[youtube=
http://www.youtube.com/watch?v=j8ZGONlCFec]
Terça-feira, 26 de Dezembro de 2006
Consegui finalmente ver Volver. Comprova-se, mais uma vez: Almodóvar é grande!
Os reflexos da pessoa do realizador nos seus filmes continuam a dar-lhes uma alma verdadeira. A mãe, as raízes e o universo feminino estão, novamente, no centro das atenções e, efectivamente, convencem. Este não é o filme mais experimental do realizador mas acaba por ser muito consistente na sua maturidade.
Penélope Cruz é, nas mãos do Sôr Pedro, uma estrela em ascensão e uma séria candidata ao Globo de Ouro e, quem sabe se ao Óscar (se bem que a Helen Mirren me convence mais).
Uma paragem no Acabo de Ver para mais conversas.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 21:27
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Acabo de ver (desta vez uma série)...
O piloto da relativamente nova série da
NBC,
Heroes. Estava a sentir a falta de ver uns episódios seguidos de uma boa série e decidi experimentar esta.
Podemos cair no erro de associar determinadas ideias pré-concebidas ao nome
Heroes (o heroísmo desmedido, os chavões românticos e os super-poderes vindos sabe-se lá de onde). Não me parece que haja aqui muitos desses estereótipos (e se os há, são propositados e não soam a foleiro).
Um episódio não chega para formar uma opinião fundamentada mas as primeiras impressões são positivas. A história parece complexa, promete criar bons momentos de suspense e tudo parece fluir com um cuidado acrescido para que não se entre no exagero.
Gosto do facto de os personagens escolhidos serem pessoas perfeitamente comuns com profissões rotineiras e estilos de vida vulgares mas que são, de certa forma, uma representação de classes estereotipadas (a
stripper, o japonês preso à cadeia de montagem, a adolescente
cheerleader e por aí fora).
Vou avançar mais para poder opinar exaustivamente.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 11:15
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Foram estes:
- Milhares de quilos de perú e bacalhau;
- Muitos bolos-reis;
- Seis milhões de euros por hora em compras;
- 246 milhões de sms entre 22 e 25 de Dezembro;
- 14 mortos nas estradas (estes são para reflectir).
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 09:13
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Sábado, 23 de Dezembro de 2006
Por esta altura, os cinemas são inundados de filmes para toda a família. São, na sua maioria, "filmes de Domingo à tarde" cheios de lugares comuns ou então comédias feitas à pressa e cujo humor não satisfaz as mentes mais exigentes (ainda que só um bocadinho).
Uma ressalva para um dos poucos filmes dessa categoria que me agrada ver:
Love Actually. A estrutura de histórias paralelas funciona muito bem e quase todas elas são deliciosas (a minha preferida é da relação pai/filho).
Estou a fugir à razão que me trouxe aqui. Voltando ao objectivo inicial, decidi trazer-vos uma cena de um filme que, não sendo de Natal, é bem mais interessante do que os designados desse género e serve bem melhor o propósito.
Transporta o espectador para um mundo de fantasia (que podia ser real , por isso, é credível), tem cenários a lembrar os de Tim Burton, as representações são de ir às lágrimas (de riso e de choro) e tem, quanto a mim, uma das melhores bandas sonoras de sempre.
Para além de tudo isto,
O Fabuloso Destino de Amélie tem subjacente uma das maiores lições sobre boa vontade e fé (não religiosa) que alguma vez alguém se lembrou de transpor para o grande écrã. Deliciem-se com este bocadinho. Um Feliz Natal a todos!
[youtube=
http://www.youtube.com/watch?v=IjUvNc6xrfQ]
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 12:29
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Sexta-feira, 22 de Dezembro de 2006
Depois de ter passado por um post deixado no
face a face (obrigada por me lembrares disto) há uns dias, decidi rever algumas cenas do brilhante/perturbador/delicioso filme de Stanley Kubrick,
A Laranja Mecânica.
Ainda me pasmo perante o facto de o filme ser de 1971. A extravagância dos cenários é perfeita, a frescura do argumento mantém-se e o trabalho de realização tem algumas das melhores ideias que já vi no cinema. Repito, 1971!
Para quem já viu experimente revê-lo fingindo que foi lançado este ano e para quem nunca o viu sugiro que não passe nem mais um dia sem o fazer. É absolutamente obrigatório!
Deixo-vos com uma cena deliciosa que, quanto a mim, ajuda a perceber o espírito do Kubrick. É incrível a forma como ele pega numa violência demoníaca e a transforma em pura poesia. Ora vejam.
[youtube=
http://www.youtube.com/watch?v=frCaPcx1OWU]
Quinta-feira, 21 de Dezembro de 2006
Uma mesa à beira Tejo com um bom punhado de amigos e boa papinha italiana. O Natal é uma boa desculpa para estas reuniões. Venham mais Natais (e outros dias) e lá estaremos todos para as conversas agradáveis, os risos, os planos futuros e tudo mais que vier à conversa.
Pena que no final de uma tarde tão reconfortante, o trânsito tenha obrigado a três horas e meia de viagem até casa. Passo a descrever o percurso: três horas do Parque das Nações até Queluz (é mesmo verdade) e trinta minutos de Queluz até ao Campo Grande.
Eu gosto do espírito natalício e tal mas POR FAVOR FIQUEM SOSSEGADINHOS EM CASA! ;)
Quarta-feira, 20 de Dezembro de 2006
Quando me vicio em alguma série tendo a esquecer-me que os actores têm uma vida para além do personagem. Uso este post para fazer uma chamada de atenção a todos os que caem no mesmo erro que eu. Amigos, o Jack Bauer é, na verdade, o Kiefer Sutherland, a Carrie é a Sarah Jessica Parker, o Dr. House é o Hugh Laurie e o Sawyer é o Josh Holloway.
Como a fama não cai do céu e nem todos os trabalhos são perfeitos, há momentos menos bonitos na carreira de cada um deles. Descobri hoje um desses momentos. Atentem neste videoclip dos Aerosmith (particularmente a partir dos três minutos e meio) e vejam lá se reconhecem o senhor louro de penteado adequado aos 90's.
[youtube=
http://www.youtube.com/watch?v=0wdKD7bCAOA]
Dia 7 de Fevereiro, volta a terceira temporada de
Lost. Estamos todos ansiosos!
Ontem, enquanto passeava pelo YouTube, encontrei uns vídeos do filme que mais me faz lembrar a minha infância. Falo, é claro, de
The Sound of Music. Todos os Natais alguém lá se lembrava de o pôr na grelha de programação e a família acabava sempre por passar por lá.
Chamem-me sentimental mas, por esta época, não resisto a cantarolar o
Do-Re-Mi e o
Edelweiss. Por mais que o filme me soe a ridículo, faz-me lembrar os tempos em que eu era pequenita e esperava pelo Pai Natal na janela do meu quarto enquanto, sorrateiramente, a minha mãe levava as prendas para debaixo da lareira. Sugiro que cantem com a dona Julie.
[youtube=
http://www.youtube.com/watch?v=UA8h8wfkM6Q]
Terça-feira, 19 de Dezembro de 2006
Michel Gondry, o senhor que realizou
O Despertar da Mente voltou com outro filme desconcertante e que põe em causa a vida rotineira que tendemos a levar. Desta vez, não tanto quanto o primeiro porque as cenas que deviam ser convincentes, são apenas extravagantes...às vezes a roçar o ridículo.
A Ciência dos Sonhos tem um bom argumento (que não devia ter sido levado ao extremo) e tem bons actores. Gael García Bernal (o sempre encantador) e Charlotte Gainsbourg conseguem, apesar dos muitos exageros no enredo, dar um certo equílibrio ao filme.
Merece uma passagem no Acabo de Ver. Ora tomem lá o trailer.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=1SjlYOGG_AU]
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 22:30
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