Quarta-feira, 29 de Novembro de 2006
Está prestes a nascer uma rubrica em formato PodCast. Chama-se Acabo de Ver e é o espelho de uma paixão/vício de sempre. Quase desde que sou gente que me lembro de ver e gostar de ver cinema. Desde miúda que decoro. Decoro os nomes dos actores. Decoro os nomes dos realizadores. Decoro as falas dos momentos que me agradaram.
A certa altura passei a ver cinema com olhos mais atentos. Passei a decorar os planos, a decorar os melhores momentos de representação, a decorar os cenários. Confesso que continuo a decorar os itens da primeira lista.
Mas esta paixão/vício de que falo é muito mais do que a simples tarefa de decorar. É sentir e digerir, discutir e recordar. Porque um filme não acaba na hora de sair da sala de cinema, decidi partilhar o que cada um deles deixa em mim.
Enquanto os filmes não estreiam por aqui, sugiro que espreitem o PodCast e embarquem numa viagem pelas bandas sonoras.
Para o caso de falharem no reconhecimento de alguma das músicas, aqui fica a lista devidamente ordenada:
Casablanca, Eduardo Mãos de Tesoura, A Lista de Schindler, Senhor dos Anéis, Tubarão, Pulp Fiction, Guerra das Estrelas, Kill Bill, Rocky, O Padrinho, Magnólia, O Piano, O Fabuloso Destino de Amélie, Senhor dos Anéis (versão orquestrada do trailer de Requiem for a Dream).
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 20:24
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É já esta quinta-feira que estreia nas nossas salas o filme com o nome mais extenso da história do cinema. Borat, o repórter mais cáustico do mundo vai, desta feita, sob ameaça de morte por parte do governo do Cazaquistão, aprender os valores culturais da América.
Os trailers anunciam uma comédia daquelas para perder o fôlego de tanto riso e, pelo que me é dado a ver nesses poucos minutos de espreitadela, vou ressuscitar para o género.
Desde há uns anos para cá que deixei de ir ao cinema ver comédias. Porque não me faziam rir, porque cairam num modelo standardizado, porque os actores que as faziam eram rebuscados sabe-se lá de onde e mesmo quando eram bons pareciam não se esforçar muito.
Nota: Há pouco tempo decidi comprar bilhete para ir ver o brilhante
Little Miss Sunshine com o génio Steve Carell. Essa é uma história à parte porque não está dentro da gaveta das comédias puras e duras e porque o elenco, para além de ser uma jóia, trabalha a sério. Mas lá que me ri, ri.
Espero voltar a dar com prazer uns euritos para me rir na sala escura e, mais que esperar, tenho fé que o Borat reanime em mim essa vontade.
Deixo aqui um elogio, ainda antes de ver o filme, a quem quer que tenha feito a tradução do título para português ("Aprender cultura da América para fazer benefício glorioso à nação do Cazaquistão"). Ainda bem que lhe mantiveram a piada de origem.
Aconselho a passagem pelo
site oficial feito à medida do personagem. Grafismos ranhosos, músicas foleiras e frases mal escritas.
Vou ver o "movie film" na sexta. Voltarei com novidades.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 09:48
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Segunda-feira, 27 de Novembro de 2006
Hoje, no seu blog, o Nuno Markl lembrou-me de uma das sequências mais amargas e introspectivas que alguma vez vi no cinema. A sequência em causa está em
Magnolia de Paul Thomas Anderson. Todas as personagens confessam as suas amarguras ao som de
Wise up de Aimee Mann. É um desabafo dos dramas que vivem e que se materializa no cantarolar da letra daquela canção. É como diz, e bem, o Nuno Markl, um "murro no estômago".
Lembro-me que quando vi a jóia de 2005,
Crash de Paul Haggis ter uma sensação de déjà-vous em relação a
Magnolia. Em
Crash também há uma sequência em que todas as personagens, ao som de
In the Deep, se mostram no seu estado mais humano. Não sei se qualquer semelhança é pura coincidência mas, mesmo que não seja, ainda bem. São dois grandes momentos de cinema. Prefiro o primeiro porque a música é mais introspectiva, porque gosto mais dos actores e porque, sendo a ideia original, arrasa muito mais.
Aqui ficam.
[youtube=
http://www.youtube.com/watch?v=86ZOUkSnGk0]
[youtube=
http://www.youtube.com/watch?v=PKhg9MLFv14]
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 08:56
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Sábado, 25 de Novembro de 2006
Como tal, recordemos os números: o relatório de Kofi Annan mostrava, em Outubro, que, em média, uma mulher em cada três sofre de violência na sua vida, desde espancamentos a relações sexuais impostas ou outras formas de maus-tratos. Atentem no exemplo: no Brasil, uma mulher é espancada em cada 15 segundos, ou seja, 2,1 milhões por ano.
Era suposto que este tipo de situações já não acontecessem quando tanto se afirmam os valores da liberdade e da igualdade mas, ao que parece, muitas mulheres continuam a ser vítimas de um crime sem perdão agravado pelo silêncio em que, na maioria das vezes, são forçadas a viver.
Sexta-feira, 24 de Novembro de 2006
The Killers, "Sam's Town": o álbum que mais roda na minha playlist do momento. Estes senhores, ao contrário do que muitos críticos por aí insistem em dizer, conseguiram criar um estilo muito próprio e prometem continuar a dar cartas.
O primeiro álbum "Hot Fuss" tem boas canções mas não é tão atrevido quanto este "Sam´s Town". Serve esta explicação para vos apresentar ao novo vídeo da banda: Bones.
É a melhor canção do álbum e transformou-se agora no melhor videoclip na playlist da MTV. Se estão neste momento a perguntar-se "mas que raio tem esse vídeo de tão especial?", eu digo-vos. É realizado pelo grande, genial, criador de sonhos, Tim Burton. E tem um montão de ossos!
Acho que não preciso de argumentar mais. Ora vejam.
[youtube=
http://www.youtube.com/watch?v=DCHQ8JDjgcI]
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 13:48
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1 e 2 de Dezembro - As Produções Fictícias acharam que faria sentido, com o crescimento do mundo dos pequenos ecrãs, fazer um festival onde todos pudessem participar com os seus pequenos filmes para pequenos ecrãs. Em 3 minutos e 100Mb, no cinema São Jorge.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 10:44
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Para que serviu realmente o livro de Santana Lopes:
[youtube=
http://www.youtube.com/watch?v=SVT5Ouv1cvY]
Quinta-feira, 23 de Novembro de 2006
Há pouco na Antena 3 o José Paulo Alcobia falava do Novo Bond. Dizia que Casino Royale é o melhor da saga e que o recém-formado agente, Daniel Craig, é uma bela surpresa. Parece que Craig veio trazer nova vida ao personagem que, quanto a mim, já a tinha perdido desde Roger Moore.
Não sou grande fã da saga (se é que assim lhe posso chamar) mas cresci a ouvir a frase cliché. Depois dos elogios a Daniel Craig, cresceu em mim o bichinho da curiosidade. Conto atestar se têm ou não fundamento nestes próximos dias.
Quando assistir ao filme cá voltarei para opinar.
Este post é dedicado às meninas.
A pedido de muitas famílias decidi dissertar sobre esse maravilhoso personagem que alegra os serões de qualquer "lostaholic". Falo, é claro, do Senhor Sawyer. Lost é genial, já se sabe. Argumento bem sacado, boas interpretações, ideia original e que dá para fazer render peixe durante muitas temporadas sem se tornar repetitiva. No meio desta panóplia (quem inventou esta palavra deveria sofrer o mesmo castigo da Sôdona Marie Antoinette) há um raio de luz de cabelos louros e tronco marcadinho. Ele é ruim, ele é um vigário, ele é mentiroso, mas ele é, digamos, saudável e está bem crescidinho.
Prefiro ficar por aqui e deixar espaço às meninas para quem escrevo (elas sabem quem são). Façam o obséquio de avançar com comentários. Tanto pediram este post que agora não há desculpa que vos salve.
Terça-feira, 21 de Novembro de 2006
Vejo no cartaz Edward Norton e Paul Giamatti e penso "tem de ser bom". Lavo os pés a estes dois senhores. Norton porque é o melhor actor da sua geração. A raíz do Medo, América Proíbida, Fight Club mostram a versatilidade genuína do senhor. Giamatti porque me deslumbrou em Sideways e porque foi o que mais se destacou em Cinderella Man.
Mas mesmo com bons actores não há filme que se safe se não houver argumento e se o realizador tiver umas ideias um tanto estranhas. Penso para mim que provavelmente o realizador (Neil Burger) quis colar-se ao estilo Shyamalan e surpreender com um twist final. Sr. Burger, não conseguiu surpreender! Já se via a léguas o que nos preparou para o fim!
Pensamentos à saída da sala de cinema: Não ofende mas é fraquinho.
Em noite de sexta-feira nada melhor que uns banhos de sangue para animar. Scorsese volta com o génio de sempre e uma brilhante realização. A banda sonora cai que nem uma luva nas cenas de violência a lembrar o gore de Tarantino em Kill Bill mas numa versão mais séria. Não é uma obra-prima mas é um bom filme. Não é o melhor de Scorsese mas falando deste senhor não é justo criticar.
De notar que, coincidência ou não, os grandes começam a lançar os seus filmes com cheirinho a óscar por esta altura.
Volto-me agora para o que ali se destaca mais. É claro que falo da lenda viva de Hollywood, o sr. Jack Nicholson, que com golpes de ironia geniais faz com que simpatizemos com um personagem cruel à brava. Mas dou a minha melhor nota para o amigo Leonardo DiCaprio que nunca me conseguiu fascinar, nem com o Howard Hughes que bem representou mas que tinha um papel feito para ser grande já à partida. Já aqui, em The Departed, ele consegue afastar-se do ar de menino e ser convincentemente e simultaneamente assustador e assustado.
Uma nota final para a menina Vera Farmiga. Nunca tinha visto a menina mas impressionou-me pela positiva.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 09:45
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Segunda-feira, 20 de Novembro de 2006
Oficialmente o início.
Propósito: espaço de impressões, trabalhos e ideias soltas.
Nome: não o tomem por presunçoso, surgiu de uma brincadeira entre amigos.