Quinta-feira, 13 de Dezembro de 2007

Ainda não consegui chegar ao Bee Movie...

...mas fá-lo-ei muito em breve. Como o tempo ainda não o permitiu deixo-vos apenas alguns apontamentos sobre The Good Night (O sonho comanda a vida), avisando de antemão que não valerá muito a perda de tempo e dinheiro.

Uma antiga estrela do pop com uma crise de meia-idade. Uma trintona obcecada com a perfeição. Um melhor amigo com cada vez mais sucesso. Com estas pessoas a rodeá-lo Gary só podia fugir para uma terra onde tudo o que ele sempre sonhou é possível. O problema é que a fantasia só dura enquanto ele dorme.

O sonho comanda a vida podia ser uma comédia romântica mas tem um toque demasiado dramático para o ser. Podia ser um drama mas tem momentos demasiado humorísticos para se inserir nessa categoria. Por isso, deambula no meio dos dois, indeciso sobre se deve ser levado a sério ou se deve ser apenas um retrato surrealista de um homem farto da vida que leva.

O homem é Gary (Martin Freeman). Passou a barreira dos 30 há quatro anos, já foi uma estrela do pop mas agora limita-se a fazer enfadonhos jingles e a dizer todas as noites à mulher Dora (Gwyneth Paltrow) um mecânico «i love you». A mulher que todas as noites adormece ao lado de Gary é mais chata e repetitiva do que ele gostaria . O seu melhor amigo, Paul (Simon Pegg) está no ponto alto da sua carreira, tal como Gary gostaria de estar.

À noite, quando fecha os olhos, Gary viaja até ao mundo que gostaria que fosse o seu. Uma realidade paralela onde só ele é rei e onde tem à sua mercê a mulher com que sempre sonhou, Anna (Penélope Cruz).

Todo o filme gira em torno do objectivo principal de Gary: sobreviver ao dia para chegar à noite, a sua fixação. Para poder comandar aquele mundo de sonhos, o protagonista procura um especialista na técnica de lucid dreaming (sonhos lúcidos), Mel (Danny DeVito), que o vai tornar ainda mais demente em relação ao assunto.

The good Night (assim é o título original) é o encontro cinematográfico entre Gwyneth Paltrow e o seu novato irmão, Jake, na cadeira de realizador. Consegue ter alguns momentos airosos com escassos e requintados toques de humor que passam principalmente por Martin Freeman e Simon Pegg, os motores que seguram uma construção já por si fraca.

Para além disso, tudo parece um desmoronar de pontas soltas longe da coerência e que podem causar no espectador a impressão de, durante a sessão, estar a assistir a dois ou três filmes distintos.

O sonho comanda a vida parte de uma carta com boas intenções e bons actores para pôr os ideais em prática mas não consegue sair da prisão que criou dentro de um mundo circular e sem saídas possíveis. No final, não é só Gary que fica preso dentro do mundo dos sonhos. A fita que o acolhe sofre do mesmo problema de falta de libertação.

publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 20:50
link
Comentar:

Mais

Comentar via SAPO Blogs

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

mais sobre mim


ver perfil

seguir perfil

. 85 seguidores

pesquisar

subscrever feeds

posts recentes

Em coma...como a Noiva de...

Estrelas de cinema na pub...

Ensaios de luxo

Uma visita com Walt

Desculpas e mais desculpa...

O Sítio das Coisas Selvag...

Trailer de The Lovely Bon...

Ela quase emigrou mas est...

arquivos

Janeiro 2010

Outubro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

tags

todas as tags