Sexta-feira, 4 de Maio de 2007

Spider-Man 3: O que podia ter sido e o que não foi

spiderman3_02.jpg

Fui, entusiasmada com o trailer, ansiosa pelo resultado e sem qualquer síndrome elitista ver Spider-Man 3. Já há um tempo que me encontrava entusiasmada com a possibilidade de poder ver o lado mais negro do personagem e a luta interior metaforicamente organizada em torno de bem e mal.

Infelizmente, nem o lado negro, nem a dicotomia bem/mal são explorados da forma mais inteligente (e que se impunha) neste terceiro filme da saga do aracnídeo.

A transformação de Peter Parker fascinado pelo poder negro que aquele simbiótico alienígena lhe trouxe, a luta pela libertação do mesmo e o posterior aparecimento de um dos adversários mais temíveis da aranha (Venom), que conhece todas as suas fragilidades, recebeu a atenção apressada que um mau programa de televisão recebe durante um zapping.

Tudo o resto, à excepção de alguns momentos em que o tom parece estar a acertar, é um acumular de cenas de acção com efeitos estonteantes (aqui, sim, é preciso dar crédito) e lugares comuns que revestem, a cada momento, a história de amor/triângulo amoroso/salvação da dama em apuros.

As alturas em que Parker se torna agressivo (não presunçoso), ou confuso (sem que seja devido à sua querida ruiva) são as mais interessantes e deviam ter sido as responsáveis pelo fio condutor do filme. Se este Homem-Aranha tivesse ido nesse sentido, os efeitos, as cenas de acção e os personagens deveriam ter funcionado de uma forma que ultrapassaria os anteriores dois.

O que é facto é que Spider-Man 3 é apenas um crescente de cenas atribuladas, alternadas com dúvidas existenciais aborrecidas, com diálogos a rebentarem de frases feitas e com algumas cenas intrometidas que tentam trazer novidades mas que apenas pioram o estado de sítio (como o canto de Mary Jane e a bazófia de Peter Parker).

No final, apenas um bom vilão (o Sandman de Thomas Haden Church, quando mostra a cara), bons cenários, bons efeitos especiais e um ou outro momentos que seguiram a linha do que devia ter sido toda a fita.

Sentimos que com tantos vilões, tantas brigas e tantos conflitos, não entendemos quem é o herói nem quem é o verdadeiro inimigo, terminando tudo apenas numa mancha muito escura.

Na Segunda-feira, a conversa completa no Acabo de Ver dedicado à aranha de Sam Raimi.
publicado por Quanto Mais Quente Melhor às 14:53
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